A maior parte dos que dizem ser cristãos acreditam na doutrina da trindade. Basicamente, a doutrina da trindade baseia-se na ideia de que existem três pessoas divinas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Muitos ensinam que cada uma dessas pessoas é eterno, é Todo-Poderoso, é Deus, e ainda assim são juntos, os três, um só Deus.
Outros cristãos afirmam que Deus, Jesus e o espírito santo são distintos. Os muçulmanos, que também crêem em Jesus, acreditam ser inconcebível a ideia de um Deus Trino.
Acreditam que Jesus é um profeta, não o Deus Todo Poderoso. Para a maioria dos Judeus, desde a antiguidade, também é inconcebível que haja um Deus Trino. Para esses, trindade é igual a apostasia.
O próprio Jesus era Judeu. Desde pequeno, nas sinagogas judaicas, Jesus ouvia as palavras de Deuteronômio 6:4:
שׂמע ישׁראל יהוה אלהינו יהוה אחד
“shema` yisrâ’êl, YEHOVAH ‘elohêynu YEHOVAH ‘echâdh”
“Escuta ó Isrrael, YEHOVAH nosso Deus é um só YEHOVAH.”
Se você possuir uma bíblia, leia esse texto.
O que a história nos diz a respeito da origem da doutrina da trindade? O livro “Uma breve História do Cristianismo”, do autor Geoffrey Blainey, Historiador Australiano da Universidade de Harvard, diz:
“[…] as atividades do espírito foram discutidas mais frequentemente por volta do ano 250 do que no tempo de Cristo… Os líderes cristãos começaram mentalmente a colocar o Espírito Santo no mesmo trono ocupado por Deus, mas faltavam as palavras exatas para expressar isso. Eles enxergavam Deus como uma entidade ou substância que existia em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo – três pessoas iguais, com o mesmo peso. Essa doutrina recebeu o nome de Trindade, uma denominação que aparece pela primeira vez em registros encontrados em Antioquia, por volta do ano 180. Assim, resolveu-se o dilema de conciliar a antiga tradução judaica segundo a qual existe apenas um Deus com a nova crença de que Cristo reina no céu ao lado de Deus. Essas duas divindades receberam a companhia do Espírito Santo.” – Páginas 60 e 61.
Além disso, uma série de concílios levou a doutrina da Trindade para a Igreja. Notem o que mais a história nos conta segundo o livro anteriormente citado:
“[…] os adeptos da Igreja Ortodoxa acreditavam que Cristo e Deus eram iguais, […] [mas] Ário [um cristão estudioso] acreditava que Deus era importantíssimo – em suas palavras, “supremamente único”. A discussão ultrapassou as fronteiras do Egito. Todo mundo parecia ter uma opinião sobre aquele tema tão controverso. O imperador Constantino foi chamado a interferir, e a decisão tomada por um governante poderoso, que nem mesmo era batizado, a respeito de uma questão de alta teologia, representava uma enorme inovação na história do cristianismo.
“Aos olhos de Constantino, as disputas constantes, além de inconvenientes, criavam uma fonte de divisão do império. Ele exigia unidade da Igreja […]. Então, no verão de 235, decidiu reunir todos os bispos cristãos em Niceia […] talvez pela surpresa do convite, somente compareceram […] 250 bispos. […] O grupo dificilmente poderia ser considerado representativo da Igreja como um todo. […] O resultado foi a rejeição da teoria de Ário. Os bispos reunidos declararam que ‘Cristo e Deus tinham a mesma matéria’. Em resumo, Cristo podia ser considerado igual a Deus. […] O imperador deve ter influenciado [na decisão], para garantir a unanimidade.” – Páginas 70 e 71.
Se formos estudar um pouco mais a fundo, os outros bispos que não foram convidados para o Concilio de Niceia não ficaram felizes. Esta é a origem da doutrina da trindade – aprovada e provavelmente pressionada por um homem que nem era cristão. Será que a Trindade tem base Bíblica? Na parte 2 dessa série de artigos pretendo fazer uma análise do que a Bíblia fala sobre a pessoa de Deus. Até lá!
Excelente matéria. Clara como água límpida da verdade.