Salário de programador

Salários não compatíveis, alto nível de estudo (principalmente fora da academia) traz infelicidade a muitos programadores. Tirinha do site Vida de Programador. Disponível em (http://vidadeprogramador.com.br/2013/02/08/procurando-emprego/)
Salários não compatíveis, alto nível de estudo (principalmente fora da academia) traz infelicidade a muitos programadores. Tirinha do site Vida de Programador. Disponível em (http://vidadeprogramador.com.br/2013/02/08/procurando-emprego/)

Antes de mais nada, quero declarar aqui que, para minha atual função, carga horária semanal e localização geográfica, meu salário está bom, não posso reclamar. Porém, vejo sim que, em geral, programadores recebem um baixo salário. Para um programador mediano, supondo que ele trabalhe 8 horas por dia, 5 dias por semana, o salário gira entre R$ 1500,00 – R$ 3000,00 em algumas cidades do Rio Grande do Sul, tais como Caxias do Sul. Já declaro de antemão que não estou dando este dado de acordo com alguma fonte oficial. Esta base (R$ 1500,00 – R$ 3000,00) cheguei ao conversar com meus colegas de faculdade. Para quem não sabe, faço o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, na FTEC de Caxias do Sul.

Para muitos esse salário seria bom. “Porque você está reclamando?” Perguntariam alguns. Bem, o fato é que, sem nós, programadores, a vida como conhecemos seria alterada drasticamente. Será que não estou exagerando? Pense um pouco: bancos, caixas eletrônicos, sites, universidades, faculdades, empresas, bancos, governo, etc… Todos dependem de programadores. Já imaginou se fizéssemos uma greve?

Veja também o quesito tempo de estudo. Enquanto um médico estuda vários anos (em média 6 anos) para se formar com uma boa graduação, o programador, dependendo do curso estudará entre 2,5 e 5 anos (em média). Alguns não precisam nem fazer faculdade, é verdade. Também não estou tentando comparar a importância vital entre as duas profissões (do meu ponto de vista, a medicina é bem mais nobre). Mesmo assim, veja que, após os longos e árduos estudos de um médico, mesmo sem se atualizar, dificilmente ele não terá emprego. Talvez faça cursos e participe de congressos mas, mesmo assim, serão poucas ocasiões no ano. Lidar com tecnologia, porém, é outra história.

A única coisa que não muda na tecnologia são as mudanças

A vida de um programador é bem estressante. De fato, está entre as 10 profissões com profissionais mais infelizes (veja a lista abaixo). A tecnologia muda a todo momento. Quando comecei a programar, quando tinha menos de 16 anos, a tecnologia era uma. Hoje, é totalmente diferente. O mesmo não acontece toda hora com a medicina, por exemplo. Em questão de meses, às vezes dias, o que tu aprendestes hoje poderá ficar desatualizado. Se tu não gostas de ler, não sejas programador. Tu terás que ler, quase que diariamente a respeito de novas tecnologias, novos códigos, novas linguagens. Por vezes, você estuda anos uma nova linguagem de programação. Ela é a TOP. Você se torna expert. Dias depois, ela torna-se obsoleta. Você tem de estudar tudo de novo. Volta a ser um bebê. Os padrões estão mudando muito, mas muito rápido mesmo. Se parar de estudar, se atualizar, focarás para trás.

No nosso mercado, a atualização diária é de máxima importância. Cursos de aperfeiçoamento, leitura de livros, revistas, blogs, assistir palestras, aulas virtuais, conferências, webinars, etc… Tudo isso faz parte da vida de um programador. Muitas vezes, o programador passa a não ter vida. Vive para programar ao invés de programar para viver.

 

Muitas vezes o programador não tem vida. Vive para programar ao invés de programar para viver

Sei que, em alguns Estados da federação, o programador é muito bem recompensado. Em muitos países, isso vai além. Benefícios como férias ilimitadas, aumento progressivo de salário, participação nos lucros das empresas são o mínimo que pode-se oferecer a um programador. Vejo que, no Rio Grande do Sul, as empresas devam reconhecer melhor o programador. Não só as empresas, mas também os clientes. Caso contrário, haverá o que já ocorre, fuga de cérebros. Mas isso é um assunto para outro post.

LISTA DAS 10 PROFISSÕES MAIS INFELIZES

Publicado pela Forbes, em 09/12/11.

1 – Diretor de tecnologia da informação
2 – Diretor de vendas e marketing
3 – Gerente de produto
4 – Desenvolvedor web sênior
5 – Especialista técnico
6 – Técnico em eletrônica
7 – Secretário judicial
8 – Analista de suporte técnico
9 – Operador de CNC
10 – Gerente de marketing

Disponível em: http://www.forbes.com/sites/stevedenning/2011/09/12/the-ten-happiest-jobs/. Acesso em 09/02/2013.

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1 comentário

  1. Alexandre Responder

    Sou programador há 10 anos e posso falar: são poucas as profissões mais difíceis que a de programador, porém a recompensa não faz valer a pena o investimento para se tornar da área de TI.

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